quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O AZUL LHE CAI BEM , de Carmen Monteiro

O azul lhe cai bem, aliás, sempre lhe caiu.

Mangas longas também, dão muito aquele ar de respeito que tanto quer.
E assim, mesmo sem terno e gravata, você sempre se coloca aquém de qualquer contato, portanto, consegue seu intento em punhos cobertos.

O azul lhe veste bem, sempre foi assim, foi antes e será depois, bem depois que tenhamos todos morridos pela falta de fé num caminho mais ameno a seguir juntos, todos nós.

O azul lhe cobre bem, como o manto de Maria, que peço tanto que lhe acolha em todos os momentos de dor, raiva, amor e negação, minha e sua.

Sinto que Maria está mais próxima a você vestido assim de azul.

Mais próxima que eu mesma possa estar.

Que seja Ela sua guia, sua protetora e sua confidente em todas as horas de todos os momentos em que, no meio de tanta correria e referida ocupação você possa, enfim, pedir conselhos internos.

O azul lhe cai bem, aliás, sempre lhe caiu.

Pena que mesmo de azul você ainda não tenha olhos para ver quanto o azul lhe faz bem e forte pra quebrar tantos limites desnecessários aos quais se impôs.

Sorte que o azul sempre me inspira.

Pelo menos isto, nada e nem ninguém, teve forças de negar pra mim.

Nem eu mesma.